Chegar a São Paulo e gostar da
cidade não é tão simples. Leva tempo. Principalmente se sua cidade natal for
praiana.
Mas depois
fica tudo fácil. Apesar da selva de pedras, trânsito e tudo que estamos
acostumados a ouvir, a cosmopolita cidade tem em seu melhor exatamente a
diversidade de mundos e gostos. A cidade tem o mundo dentro de si e fica fácil
você se encontrar.
Decidi fazer
recentemente um passeio com um amigo por meus dois lugares preferidos na
cidade, o MASP e o Ibirapuera. É um passeio simples, mas que interessantemente
sempre me deu um ar representativo da cidade.
Por que o MASP
me
lembra de São Paulo? Porque é cultura. E o número de museus, espetáculos de
teatro, shows e grafites da cidade sempre foram um ponto marcante para mim. O
MASP fica localizado na Av. Paulista e aos que não conhecem a cidade, o melhor
acesso é pelo metrô. Basta descer na estação Trianon-MASP (linha verde) ou na
Consolação (linha verde, mas com acesso pela linha amarela).
A visita custa
R$15 (R$7 para estudantes). Às Terças-feiras a entrada é gratuita para o público em geral. Nesta
última visita, as principais exposições eram: “O Triunfo do Detalhe e depois,
nada” e “Passagens por Paris – Arte Moderna na capital do século XIX”.
A primeira é
interessantíssima. Com um apanhado histórico que nos leva do realismo ao
impressionismo, a exposição tem entre as principais obras “A ponte japonesa
sobre a Lagoa das ninfeias em Giverny” de Claude Monet. Obras de Renoir, Van
Gogh e Picasso também estão nesta exposição.
Já a outra
exposição propõe um passeio pela efervescente Paris do século XIX, com ícones
do período, como Manet, Degas, Cézanne e Toulouse-Lautrec, dentre outros. Das
obras mais interessantes da exposição está “A amazona – Retrato de Marie
Lefébure” de Edouard Manet.
Depois de um
pouco de cultura, vamos ao parque. E qual a representatividade do Ibirapuera
para com a cidade de São Paulo? Porque o parque é a antítese de tudo que
imaginamos de uma cidade grande. O Ibirapuera é a cidadezinha do interior
perdida no meio da metrópole paulista.
É o lugar para
correr com as crianças, praticar esportes ou simplesmente não fazer nada. Fugir
do ritmo da cidade dentro dela é o grande barato que o Ibirapuera proporciona.
Aos finais de semana o parque fica bem cheio, mas nada que atrapalhe a
diversão. No entanto, aos que preferem sossego e uma corrida mais tranquila,
aproveita a semana.
Para encerrar a
noite, visitamos o que considero um achado no meio do Butantã. Bairro
universitário e sem muita expressão tanto na gastronomia quanto na qualidade
dos bares, o Butantã nunca foi um lugar sobre o qual esperava comentar. Mas ali
na Av. Corifeu, próximo à Praça Elis Regina, encontramos o restaurante Casa do
Norte.
Além de
decoração bem divertida, com uma porção de artefatos nordestinos, a comida é
muito boa! A pedida certa? Carne seca com abóbora. O petisco custa R$32 e a
meia porção, que serve muito bem, custa R$17. Completamos o prato com um baião
de dois que tinha bem mais que dois ingredientes (R$25). O prato acompanhava
linguiça, carne seca, queijo e bastante tempero, além de uma costela de boi a
parte.
Os pratos
podem não agradar visualmente, mas garanto a qualidade dos mesmos. A carne seca
com abóbora é surpreendente. Vários amigos já foram desconfiando da qualidade e
hoje em dia não perdem a oportunidade de voltar ao local. Não perca também a
chance de conhecer.
Ao final do dia, depois da ótima
refeição, apenas a certeza de que São Paulo pode ser e é muito atraente. Basta
se encontrar.