domingo, 29 de março de 2015

A dúvida

Oriente ou ocidente? A dúvida obviamente não é só geográfica, mas molda um país.  O lema nacional “Paz em Casa, Paz no Mundo” dá o exemplo e pede respeito às  diferenças em um país europeizado, mas muçulmano. Istambul, não poderia ser diferente,  é um caldeirão cultural, mas que  não vai te deixar com nenhuma dúvida de que valeu a pena conhece-la. 


A cidade é muito grande e definitivamente não é cara. Se você é daqueles que gosta de conhecer tudo, serão necessários no mínimo 4 dias inteiros, o que é mais do que a média das principais cidades europeias.

De modo geral,  a maior parte das atrações de Istambul fica no lado europeu, na região de Sultanhamet  e pode ser conhecida a pé, se você estiver com muita disposição. Caso contrário, o transporte público é eficiente, há muitos taxis e o povo é bastante atencioso, apesar de não falar muito bem o inglês. A dica do Viajante Gourmet é ,como sempre, privilegiar as caminhadas, principalmente nessa cidade com diferenças tão gritantes. Além disso, vale manter um nível de atenção para golpes(o de comprar tapetes é um clássico) e espertinhos: a Turquia e o Brasil são muito mais parecidos do que você imagina.

Ponte de Galata e a Mesquita Azul

Aqueles lugares que você não pode deixar de ir são:

1 – Basílica de Santa Sofia – Católica, muçulmana e museu. Só isso já basta para a visita.  É um símbolo das reviravoltas históricas da cidade. A sabedoria divina, presente no nome, com certeza está dignamente representada com a mistura de traços de várias religiões no local.

Já foi Igreja Católica

Virou mesquita e hoje é um museu

2 – A Mesquita Azul – É a principal da cidade e uma pequena experiência no Islã. Não se pode entrar de sapatos e mulheres devem cobrir inclusive a cabeça. A arquitetura e a decoração são muito diferentes e claro que impressionam bastante. Vale lembrar que  a mesquita fecha para orações cinco vezes por dia  e que são transmitidas por torres de som em toda a cidade.


3 – Grande Bazar – Um dos mais antigos mercados do mundo, é um labirinto quase infinito . Tem de tudo, mas principalmente quinquilharias. Para aqueles que gostam, a grande diversão é negociar o preço da compra. Para aqueles que não gostam (como eu), é bom se esforçar: não pechinchar pode ser encarado como uma ofensa.

Seria o primeiro Shopping Center do mundo?

4 – Palácio Topkapi – A residência dos antigos sultões é muito bem conservada: muito ouro, uma bela vista da cidade e o místico harem. Nada mau viver nessas condições.

Entrada do palácio
Exemplo da riqueza ainda conservada no Harem do Sultão
5 – Torre de Galata – Do outro lado do Bósforo e do chamado Chifre de Ouro, é a construção mais alta da cidade. Para chegar lá,  atravesse a Ponte de Galata e encare uma boa subida, ou deixe a preguiça vencer e pegue um taxi. No topo, além da vista, tem um restaurante turístico, que, apesar de não fazer o gosto do Viajante Gourmet, é uma opção para quem quiser ver danças e comer pratos típicos.

A vista é muito bonita 
6 – Cruzeiro no Bósforo – Imperdível. Prepare a máquina fotográfica para excelentes fotos, muitas mesquitas e algumas casas de milionários. Recomendo comprar o passeio no próprio hotel que ficar, porque normalmente inclui transporte para área que saem os barcos. Os cruzeiros duram aproximadamente 3 horas e vão e voltam até a Ponte do Bósforo, cartão postal da cidade, separando o lado europeu do lado asiático.

Acho que daria pra morar assim.

Chegando na Ponte do Bósforo, que separa a Europa da Ásia
7– Pra quem vai ficar mais tempo:

(i)           Palácio Dolmabahçe  - um pouco distante, mas interessante por ser o 1o palácio de estilo europeu na cidade e por estar às margens do Bósforo.
A inspiração foi (pasmem!) o Palácio de Versalhes.
(ii)         Bazar das Especiarias (Bazar Egípcio) – muitas cores, artesanato e ingredientes diferentes. Para os curiosos e interessados em delícias turcas.

Foto roubada do Lonely Planet

(iii)        Igreja San Salvador in Chora – afastada, mas é o melhor exemplo de arte bizantina. Fecha cedo no inverno (+- 16:30h).

(iv)    Museu Arqueológico – mesmo que você tenha colado muito na escola, Bizâncio, Constantinopla e Império Otomano não devem ser nomes muito estranhos.  Destaque para o sarcófago de Alexandre o Grande.

Não se sabe como chegou até lá