domingo, 21 de dezembro de 2014

25 anos do muro que caiu

2014 está acabando, mas ficará marcado como especial para a Alemanha. Não falo nem do título da copa do mundo no Brasil, mas sim dos 25 anos da queda do muro de Berlim .

Por isso, O Viajante Gourmet retorna à Berlim com dicas dos melhores lugares para ver o muro e o legado que a 2a Guerra e a Guerra Fria deixaram na cidade.

1 - East Side Gallery

Com mais ou menos 1km de extensão, é o local com maior conservação do muro. 

Não é perto do centro, mas o metro chega com facilidade (Ostbahnof).

Ao longo das margens do rio Spree, artistas fizeram pinturas irônicas e divertidas no que restou do muro. 

A East Side Gallery tem 1,3 km de pinturas sobre o maior pedaço do muro

As pinturas são bem irônicas e divertem a caminhada

2 - Topografia do Terror

Localizado em um antigo endereço da Gestapo, a antiga polícia secreta nazista, o museu conta a história da ascenção e queda do nazismo na Alemanha.

O pedaço do muro ali tem um clima mais verídico do que o da East Side Gallery. Cinza sóbrio, é o lugar ideal pra quem não quer só a curtição de tirar foto do lado do muro.

Pra quem não quer só a curtição de tirar foto do lado do muro.


3 - Check Point Charlie

É mais para fotos de curtição com guardinhas e afins. Ponto turístico clássico de Berlim, era um posto militar que separava as duas Alemanhas, extrapolando, o capitalismo e o comunismo

De que lado está o Mc Donald's?
Logo ao lado, há mais mais alguns pedaços do muro, com aquelas longas filas pra tirar foto.


Você sabia? Por toda a cidade, há uma trilha indicando onde o muro ficava. Os desprendidos podem dar uma volta pela cidade seguindo a trilha.


4 - Memorial do Muro (Bernauer Strasse) 

Mais um lugar com o muro em seu estado original. Aqui, as homenagens são às famílias que foram separadas pelo muros e às pessoas que tentaram fugir do lado oriental.



5 - Antes do muro

Para a história antes do muro, destaco duas atrações interessantes.

O museu judaico de Berlim(Hallesches Tor) é bem completo e interativo e conta a história e a vida dos judeus alemães. Vale a visita, em especial à câmara escura e à árvore de desejos pela paz.





O memorial do holocausto, bem próximo do Portão de Brandemburgo é um conjunto de blocos de concreto, meio ondulados e irregulares. Segundo o arquiteto do projeto, a ideia era produzir uma atmosfera que dá sensação de instabilidade, descolada da razão humana.


segunda-feira, 9 de junho de 2014

Uma cidade de pedra

Edimburgo é uma cidade explicitamente dividida em uma parte antiga e outra nova(no caso, menos antiga).  2 dias de visita são suficientes, um para cada parte.

Assim que você chegar, a primeira reação é a de encantamento com o lindo contraste entre o verde do Princess Street Gardens, coração da capital, com a frieza da cidade velha ao fundo.


Na Old Town, pedras são dominantes do chão aos prédios, preservando um ar, alguns diriam, medieval. A rua principal é a Royal Mile, que liga o Castelo, principal símbolo da cidade, ao Parlamento Escocês e ao Palácio de Holyrood, residência para as férias da rainha. A sugestão aqui é a de caminhar de uma ponta a outra, bisbilhotando as lojas de souvenirs e de Kilts, a famosa saia escocesa.

Há algumas atrações turísticas ao longo da rua, como o museu do Whisky e a Catedral de St Giles. Entretanto, como sabemos, a Escócia faz parte do Reino Unido e a moeda local é a libra. Então, primeiro, não esqueça de levar sempre um guarda-chuva ou de comprar algum em uma loja Pound Land, de tudo por uma libra. Segundo, não espere preços simpáticos, especialmente nessa região histórica.


Ainda sobre orçamento, um outro ponto importante é que, infelizmente, todos os pontos turísticos fechados cobram pelo acesso. Com isso, viajantes mais apertados já devem se preparar para entrar em apenas algumas atrações. Não que isso seja uma decisão difícil, pois o Castelo é o símbolo da cidade e sua imponência atrai, no mínimo, a curiosidade.



Do lado mais novo, é mandatório subir a Carlton Hill para uma vista exuberante da cidade. Além disso, é bom saber que todo o comércio fica mais concentrado na Princess St e que vale a pena andar até a St. Andrew Square, que conta com o belo prédio do Bank of Scotland e a cidade velha ao fundo.


Por fim, dicas mais específicas. Para os amantes de cães, há uma curiosa história, devidamente registrada no cemitério da cidade. Procure pelo Greyfriars Bobby. Para os mais animados, recomendo a boate Espionage, que tem 5 andares subterrâneos. E, como não poderia deixar de ser, para os interessados naquele lado mais gourmet, um dos pratos típicos é a carne de carneiro(Haggis). A textura é bem diferente, mas o sabor não decepciona. Aqui, vale a dica de sempre de aproveitar os menus executivos, principalmente em Pubs. Na foto, Haggis com purê de batata.


segunda-feira, 2 de junho de 2014

Burger day

Dia Internacional do Hambúrguer e o Viajante Gourmet não poderia ficar de fora dessa. E o local certo para comemorar em São Paulo foi a edição especial do SP Burger Fest, localizada no Butantan Food Park(novo local da Feirinha Gastronômica) próximo ao metrô Butantã. Com barracas de várias hamburguerias da cidade e ao preço de R$20, muita gente teve a mesma ideia.


Chegamos pouco depois da abertura e já era difícil conseguir fazer um pedido. Decidimos iniciar pelo burger do Guia doHambúrguer (feito pelo pessoal do site homônimo), com pão australiano, cheddar, farofa de bacon, cebola e uma carne muito suculenta. Começamos já com o nível altíssimo, com uma combinação bem elaborada e com muito sabor. O pão australiano era um destaque.


Para acompanhar, uma latinha de Itubaína.


A opção seguinte foi do Marcelino Pan y Vino, que decidiu trazer para feira uma opção de hambúrguer diferente, com carne de costela. Apesar da atratividade da opção, as carnes de cortes como fraldinha e picanha são mais saborosas. Mas ainda assim, uma boa opção, com carne bastante macia e sabor marcante. Vale experimentar.



A terceira barraca que decidimos visitar foi do Rock’n Roll Burger, onde o atrativo era um hambúrguer com crispy de jamón. A ideia de trazer este ingrediente foi ótima, trazendo um sabor bem especial. No entanto, confesso que faltou cuidado com a carne, que estava pouco macia.


A última escolha foi tão boa quanto a primeira. Decidi ir a uma barraca de uma hamburgueria já conhecida de longa data, o Meats, onde a qualidade da carne era certa. O burger era simples, apenas com cheddar, bacon e maionese de raiz forte, mas a qualidade da carne era enorme. Como costume da casa, a carne era alta, macia e  com muito sabor. Uma escolha certeira para encerrar a visita.


Não espere o próximo dia do hambúrguer e corra para visitar a feirinha. Se esta opção não agradar, aproveite para conhecer uma das diversas casas participantes.

Longa vida ao hambúrguer! 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Toronto: The Salad Bowl

Pôr do sol em Toronto, visto do Polson Pier, programa obrigatório!


                                                                        Por Paulo Junqueira*

Olá pessoal,

Vim contar da minha experiência de viagem em Toronto, maior cidade canadense e quarta maior da América do Norte.

Antes de mais nada vamos explicar este título antes que alguém pense que em Toronto só se come salada e que a cidade virou um point da cultura vegana. Toronto é uma cidade hipercultural. Quase 50% da população da cidade é formada de estrangeiros, vindos sobretudo de programas de incentivo à imigração do governo canadense.   Porém, um detalhe que não se observa como em outras cidades norte-americanas é que a população definitivamente não é miscigenada. Dentro da bandeja canadense ainda se observam os ingredientes desta grande salada que se tornou a cidade.

Em um passeio do Leste rumo ao centro, por exemplo, você irá passar pelo Little Portugal com seus talhos lusitanos e tavernas que servem um ótimo vinho do Porto, pelas tratorias do Little Italy e seu ar mafioso e, por fim, pela florescente China Town, filial de Xangai em Ontario, o local mais barato da cidade para comprar frutas e legumes.

Falando em frutas e legumes, vamos ao que interessa: COMIDA!

Para mim, quando você for ao Canadá, você deve focar sua dieta em quatro itens prioritários: Salmão, Salmão, Salmão e..... Maple Syrup, claro! O Salmão é um peixe muito fácil de ser encontrado em todo o Canadá e está sempre bastante fresco. O local que eu mais gostei para compra-lo é o St. Lawrence Market. Localizado na Front St. East com a Jarvis ele possui dois andares de muita comida boa, fresca e barata (ressalto que o conceito de barato em Toronto é bem relativo... a cidade é bem cara!), sobretudo frutos do mar, queijos, frutas e carnes vermelhas. A dica aqui é sempre se mostrar em dúvida entre dois ou três itens para os feirantes. Acredite: ele vai deixar você experimentar todos. E é tanta variedade de salmão defumado que eu literalmente fiquei perdido. Experimentei três e escolhi um de maturação média. 


St. Lawrence Market
Fonte: Google

Agora a Maple Syrup. Queridinha dos turistas no Canadá, o xarope de Ácer (ou Bordo) acompanha muito bem umas panquecas no café da manhã. Ela é feita da seiva da árvore símbolo do Canadá (que a folha está na bandeira do país) e você encontra em qualquer lugar da cidade, inclusive em lojas de souvenir. Eu gostei bastante e recomendo também.

Agora em termos de restaurantes: esqueci o nome de todos! =( Mas as cozinhas mais apreciadas dos canadenses são a Thai, indiana e claro, japonesa. Minha super dica vai para a culinária japonesa. Quando estiver na Yonge St. (a maior rua do mundo) siga para sua esquina com a Dundas St. Lá vai ter um shopping bem bacana: no segundo andar tem um bar de esportes (uma espécie de pub com um milhão de telas passando vários jogos que rolam naquele dia, sobretudo os de hóquei no gelo) e no terceiro o tão famoso japa! O restaurante é sensacional. Os funcionários são todos orientais, toca uma musiquinha ambiente bem bacana,a vista da cidade é incrível, tem gente do mundo todo e você não precisa ficar pedindo pros atendentes trazer sua comida: cada mesa tem seu próprio iPad onde você seleciona os itens que desejar. Todos os pratos são deliciosos. O restaurante é um pouco caro comparado a outras opções na cidade (uns 26 dólares o jantar no final de semana). Caso o seu orçamento esteja abaixo disso, existem diversas outras opções de japonês ao redor do centro, geralmente 8.99 o almoço e 12.99 o jantar. Dólares claro. Canadenses claro. Pertinho desse super top japa tem um no estilo econômico. Esquina da Dundas com Elizabeth (que também é rainha do Canadá).
 
Pra fechar: caso você esteja em Toronto no verão (ou final da primavera) vale a pena curtir uns bares no Distillery District. Várias cervejas artesanais, algumas fabricadas em Toronto mesmo, um visual bem bacana e uma atmosfera bem cosmopolita, no caso, bem Toronto mesmo! =D

Menu de um bar no Distillery District


Paulo Junqueira é um amigo viajante gourmet. Escreva sua experiência gastronômica para a gente também. Todo mundo tem o seu tom gourmet.

domingo, 18 de maio de 2014

Dicas de Buenos Aires

Há sempre um perigo em planejar demais. A viagem mais planejada e mais postergada da minha vida foi para Buenos Aires. E quando tudo deu certo, qual o medo? Não ser nada como esperava. Sonho antigo, Buenos Aires tem ao seu favor a proximidade, os preços das passagens e, graças aos economistas portenhos, as constantes crises cambiais.

Mas preço baixo não justifica viagem. A capital da um dia chamada “Europa da América do Sul” é recheada de atrativos culturais e culinários que fazem jus à quantidade de turistas que passam por lá. E neste ano, finalmente, pude conhecer a capital argentina, comprovar que a viagem vale muito e fazer este post com as mais diversas dicas.



Câmbio

Não troque no Brasil, sob hipótese alguma, mais do que o necessário para as primeiras horas. Tente se informar ao máximo, perguntar a algum amigo ou ao Viajante Gourmet sobre com quem trocar. Sempre vai ter alguém com melhores cotações (inclusive muitos brasileiros). A dica é tentar trocar com alguém com boas recomendações, para não chegar a rua Florida e trocar com a primeira pessoa que você ver. Muitas notas falsas rondam pela cidade.

Transporte

Sempre recomendo conhecer as cidades andando ao máximo (Veja os 10 mandamentos do mochileiro gourmet) . Uma caminha pelos bairros mais ricos da cidade para conhecer um dos inúmeros cafés é uma opção ótima. Mas se o tempo é curto, os táxis são baratos e o metrô é de fácil uso. Tive a necessidade de andar de metrô algumas vezes e sempre foi muito tranquilo. 
 

 É imperdível conhecer 

Casa Rosada

Não deixe de conhecer o Obelisco, Caminito, Teatro Colón, Livraria Ateneu e Puerto Madero. Mas aqui falarei dos lugares que mais gostei, sem ordem de importância.  

Um dos principais pontos turísticos de Buenos Aires, a Casa Rosada vale a visita. O prédio é muito bonito e a cor realmente chama atenção. Mas eu particularmente me diverti com os cartazes de manifestações, com a calmaria da praça e com a bandeira argentina. Pode parecer exagerado, mas ali parece simbolizar toda a turbulenta política/economia do país.



              La Bombonera

             Se você gosta ou não de futebol. Se seu time já sofreu ou não neste estádio, não deixe de visitar. O Boca é daqueles times com história, cheio de ídolos e de uma torcida apaixonada. Por cerca de 60 pesos, é possível fazer a visita ao museu, uma tour pelo estádio e vivenciar um pouco de tudo isso.


Cemitério da Recoleta

     Aos amantes de história e esculturas, aqui é o melhor lugar de Buenos Aires. Símbolo da riqueza argentina do início do século XX, o cemitério é um legado da ostentação portenha, com os mais belos túmulos que você pode imaginar. A melhor forma de conhecer é pelos tours gratuitos que ocorrem a cada hora, onde são contadas as mais divertidas histórias. 


       Feira de San Telmo

       Acordar domingo pela manhã cedinho e caminhar pelas ruas da feira de San Telmo também não pode faltar. Tente viajar em um final de semana, de forma que não perca esta atração. Local perfeito para comprar lembrancinhas, a feira é um pouco da cultura do país, com muitos artefatos de couro e esculturas da Mafalda. Inclusive, vale aproveitar este dia para visitar a Mafalda e tirar uma foto sentado ao lado dela no banquinho.






                   MNBA - Museo Nacional de Bellas Artes / Floraris Generica

                   Sempre deixei clara minha paixão por museus. Se você tem o mesmo gosto, não deixe de conhecer este. Destaque para a variedade de esculturas de Rodin e algumas pinturas de Degas (a entrada é gratuita). Ao lado do museu, um belo gramado com a escultura Floraris Generica ao centro. Uma boa combinação para um meio de tarde em Buenos Aires. 



               Onde comer

               Comer em Buenos Aires é uma das melhores partes. Se o objetivo é uma boa carne, indico o post que já fizemos sobre o Cabaña Villegas. Ainda no Puerto Madero, recomendo o restaurante El Mirassol. . Se for justo comparar as duas cozinhas, acredito que a carne do El Mirassol seja mais suculenta, embora o serviço completo do Cabanã Villegas tenha me agradado mais.


              Mas a culinária portenha tem muito mais. Empanadas deliciosas, sorvetes e alfajor, claro. Para empanadas, recomendo a rede El Noble e a pastelaria El Progreso. Esta última foi um achado em plena Santa Fe, e servem uma empanada folhada sensacional.


               Para sobremesa visitei a sorveteria Freddo. Com a chegada de grandes gelaterias em São Paulo, a rede não me surpreendeu. No entanto, acho que o sorvete de dulce de leche granizado vale muito a pena. É o grande diferencial.


                Onde ficar

               Na minha visita fiquei no hostel Suites Floridas, na rua Florida. A localização é ótima por ficar próximo a vários pontos turísticos e facilitar conhecer a cidade andando. O hostel é muito limpo e organizado, além de ter ótimo preço. Outro hostel muito bem comentado é o Milhouse, também bem localizado e com bons preços. 

              É isso! Boa viagem e aproveite Buenos Aires! Se sobrar tempo, aproveite e conheça Colonia del Sacramento, do outro lado do rio.